terça-feira, 29 de novembro de 2011

DOSSIÊ DE 1998: A história conta sua própria história hoje

 

 

 

* O texto abaixo foi escrito em 2006

DOSSIÊ DE 1998: A HISTÓRIA CONTA SUA PRÓPRIA HISTÓRIA HOJE

 

O material que segue é o resultado de textos escritos por mim aqui no site desde 2004, bem como de uma entrevista concedida por mim ao repórter Ricardo Muniz em 22 de março de 2006 — e que pode ser lida no site http://www.comtudo.com.br/materia.php?id=38


O mais foi apenas uma atualização feita por mim no dia de hoje, após ler os jornais do dia*.

 

Não há aqui nenhuma intenção além daquela que deseja que todas as informações espúrias e truncadas relacionadas à minha pessoa, concernentemente ao chamado Dossiê Cayman, sejam clarificadas pelos próprios fatos históricos hoje incontestáveis.

 

Com temor, tremor e oração,

 

Caio

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Li os jornais de hoje e o que vi me foi mais que familiar. Em maio ou junho de 1998, o então candidato Lula, acompanhado de Leonel Brizola, Benedita da Silva, Garotinho, Saturnino Braga, e muitos outros membros da coalizão PT-PDT, visitaram a Fábrica de Esperança — à época, ponto obrigatório de visitas de todos os que desejam expressar genuínas preocupações sociais.

 

...

 

Nunca havia me envolvido com nada de natureza político partidária. Todos os que trabalharam comigo podem testemunhar o assédio que sofria para ser candidato a quase tudo e minhas ostensivas recusas — candidato a Prefeito e Governador do Rio; Senador; Vice-Presidente; e ainda houve loucos que, à revelia, lançaram meu nome à Presidência. Nunca nem de longe desejei qualquer dessas coisas. Todos sabem.

 

No curso dos anos, todavia, fiz amizades em todos os partidos. E tinha transito livre entre seus líderes. Embora, jamais tenha me aproximado de pessoas como Maluf, Quércia, ACM — e gente do mesmo perfil.

 

...

 

No PT meu relacionamento era principalmente com Benedita da Silva, de quem fui amigo por uns 20 anos, e a quem casei com Pitanga. Também a levei a ser membro da Igreja Presbiteriana Betânia (juntamente com Garotinho) — em razão de que a Assembleia de Deus queria discipliná-la por estar casando com “um ímpio” — no caso, com o Pitanga.

 

...

 

O Lula veio bem depois. Foi quando me ouviu fazer uma palestra no Auditório Petrônio Portela, no Senado. Daí para frente me procurou, e tivemos muitas conversas, a maioria das quais sobre o Evangelho e sobre o fenômeno evangélico. Lula queria saber por que era tão hostilizado no meio. Eu expliquei a ele como era o meio e porque o odiavam tanto. Hoje as Assembleias de Deus o incensam; bem como a Universal; sempre que há necessidade; ou quando veem que a vitória se define ao lado dele — como o fazem em relação a qualquer um que chegue ao poder.

 

...

 

Na década de 90, entretanto, eu tinha o “status” de ser o líder evangélico respeitado por todos no País. Em razão de minhas opiniões francas sobre tudo, bem como pela criação da Fábrica de Esperança (à época considerado o maior projeto não governamental da América Latina) — eu era incensado pela mídia, bem como me acostumei a receber visitas ilustres todos os dias. O próprio Presidente Fernando Henrique Cardoso escolheu a Fábrica de Esperança para ser seu primeiro lugar de visita após a sua primeira eleição.

 

Tudo isto, todavia, veio a ruir quando Lula e seu séquito chegaram à Fábrica naquela manhã de maio ou junho de 1998, durante a campanha presidencial...

 

Hoje digo: “Graças a Deus!”

 

...

 

Como já disse aqui no site, tive um relacionamento de alguns anos com o Lula. E tudo começou pouco depois da derrota para Collor, com a Igreja Universal colocando ele de chifre, rabo e tridente na mão.

 

...

 

Fiquei sabendo da história do suposto Dossiê Cayman em 1997, na Florida, num fim de tarde, em conversa com um amigo. Mas me mantive em absoluto silêncio. Não contei nada para ninguém. Afinal, vivo de ouvir histórias há anos. Se eu começar a abrir a boca, milhares de casamentos acabam na mesma hora, um monte de líder evangélico cai dos seus troninhos e um monte de político se arrebenta. Sou pastor, não promotor de justiça.

 

...

 

Voltando a 1998.

 

Naquele dia da fatídica visita de Lula e seu séquito à Fábrica, também apareceu lá, sem aviso prévio, o amigo que me contara a história na Florida. Ele sempre me dissera que conhecia Lula desde há muito, e que haviam trabalhado juntos no sindicato. Quando se encontraram abraçaram-se como velhos amigos.

 

...

 

Sendo mais detalhado, quero dizer, diante de Deus, que nunca vi nada do tal Dossiê, exceto uma “amostra” de como seria, se de fato existisse. Entretanto, nunca tive interesse em saber de coisa alguma. Tanto é que fiquei calado.

 

...

 

Como já disse, havia sido informado na Flórida acerca das supostas contas. Na realidade esse amigo me contou algo que ouvira de outra pessoa, o senhor Oscar de Barros, que seria a pessoa, juntamente com seu então sócio José Ferraz — que saberiam dos supostos detentores da tal documentação.

 

À época eu não sabia nem mesmo porque aquilo me estava sendo contado (1997). Foram José Ferraz e Oscar de Barros que me disseram que aquilo mudaria a história do Brasil, mas que era uma pena que os supostos detentores dos documentos desejavam dinheiro para transferir a informação.

 

Ouvi e esqueci do assunto por quase um ano.

 

De volta a 1998...

 

Depois da visita oficial à Fábrica e da gravação de um programa com Lula e Brizola na Vinde TV (que ficava no 5º andar da Fábrica) — eu me retirei para ir ao toalete em minha sala, no 6º andar.

 

À saída do toalete esse amigo comum me abordou na ante-sala, e me disse o seguinte: “Reverendo, eu não disse pro senhor que é todo mundo igual? Contei aquela história pra ele e ele está louco atrás daquilo”.

 

Quando entrei na sala encontrei Lula agitado, andando de um lado para o outro. Ao ver-me foi logo disparando: “Como você não me conta uma coisa dessas?” Disse isto com aquele risinho maroto que ele sabe fazer.

 

Ora, eu disse a ele que não tinha nada a ver com aquilo, e que a pessoa que me reportara os supostos fatos era a mesma que estava diante dele, e que ele próprio ouvira a história do senhor Oscar de Barros. Portanto, que se ele e o PT desejassem saber, que eles próprios fossem à fonte; mas não eu.

 

Daquela noite em diante não tive mais paz. Benedita me ligou perguntando como eu podia ser amigo dela e não ter falado nada por tanto tempo. E disse que o Lulinha havia contado a ela. Fiquei apavorado. Ela me cobrava um tipo de ação na revelação dos supostos fatos. Tudo em nome da amizade por ela e por Lula. E mais: pelo futuro do Brasil.

 

Enfim, daquele dia em diante foram ligações diárias. Bené implorava que eu ajudasse ao Lulinha. Até mesmo o Zé Dirceu veio ao Rio conversar comigo (afora várias conversas telefônicas).

 

Minha tese era uma só: “Se vocês querem isto, falem com quem me contou (Oscar de Barros e José Ferraz); pois eu mesmo nada sei além do que já foi dito”.

 

Mas eles tanto cobravam uma solução, como pediam que eu fosse e descobrisse. Alegavam que minha idoneidade daria crédito aos supostos fatos. Enquanto isto eu não apenas dizia que não queria me envolver, como também dizia que não fora chamado por Deus para aquele tipo de coisa. Sem falar que em meu coração só havia gratidão para com o presidente Fernando Henrique, como também para com D. Ruth, parceiros da Fábrica de Esperança.

 

O resto Deus sabe. Depois de não mais do que um mês eu já estava envolvido. E agora também cobrado por Oscar de Barros e José Ferraz, que diziam: “Como é, reverendo? Esses seus amigos vão ou não aparecer aqui?”. Então a pressão diária vinha dos dois lados. Chegaram a propor que eu levantasse o dinheiro, pois eles me ressarciriam após a eleição. Como se eu tivesse tal recurso. Não demorou e eu me vi dentro de algo que não tinha nada a ver comigo. E a cirando do engano é sutil e perversa.

 

Só não me acabei porque Deus foi e é comigo. Um dia, entretanto, com calma, narrarei a história toda, e seus muitos desdobramentos à época — sempre um abismo chamando outro abismo.

 

Entretanto, sem ser detalhado, quero repetir que a partir daquele momento, líderes do PT passaram a me pressionar para que participasse do descobrimento e da divulgação do suposto Dossiê, por conta de minha influência e credibilidade na sociedade civil.

 

Eram ligações, meia-noite, quase todos os dias. Às vezes a Bené ligava chorando: “Meu reverendo, pelo amor de Deus salva a gente. Sem essa história o Lulinha não vai ganhar. Nós jamais vamos conseguir. Não deixa a gente nessa, pelo amor de Deus”.

 

Deus é minha testemunha; e as contas telefônicas também — elas provam quem ligava pra quem.

 

A covardia foi tão grande que à medida que o tempo foi passando, e ficou patente que a papelada era uma grande operação de falsificação, eles foram transferindo tudo para as minhas costas. De repente, o Dossiê Cayman era “uma coisa do Caio”.

 

Fui acusado de propor intermediar, por dinheiro, o chamado Dossiê Cayman; uma papelada que comprovaria que FHC, José Serra, Sérgio Motta e Mário Covas mantinham centenas de milhões de dólares em um paraíso fiscal no Caribe. Investigações posteriores apontaram os documentos como pura armação. Eu, enquanto isto, sempre dizia que nunca havia visto nada. Mas adiantava? É claro que não!

 

Acabei processado por calúnia pelo então presidente. Somente ano passado me vi livre de tudo — tendo sido inocentado pelo depoimento de Eduardo Jorge (ex-secretário geral da presidência no governo FHC), a quem eu mesmo havia procurado antes de tudo se tornar público, e contado toda a história.

 

Somente três anos depois é que de fato soube que tudo não passara de uma grande armação, conforme fui informado pela entrevista dada por Oscar de Barros ao Jornal “O Globo”, na qual ele me inocentou, chamando-me de “freira” em relação a tudo aquilo. De fato, as maiores informações que tive me vieram da entrevista de Oscar de Barros e do livro “Cayman: Dossiê do medo”. Do contrário, até hoje não saberia com exatidão o que havia acontecido.

 

Quanto ao mais, era como ser acusado de calúnia secreta e de saber o que não sabia!

 

Assim, o que tenho a dizer é que em 1998 fui deixado com uma mão na frente outra atrás, nessa história do Dossiê Cayman, por um PT que posou de ético — enquanto tentou me fazer passar por bandido interessado em dinheiro. Tudo mentira. O pessoal do PT é que ficou atrás de mim. Eles sabem. E tenho testemunhas. Além disso, quando vi o tamanho da armação na qual me envolvera, passei a gravar tudo o que podia, e guardei tais fitas por muito tempo.

 

O que mais doeu foi ver o Lula e a Bené tirarem o corpo fora diante da mídia. Quase nem me conheciam mais. Isto sem falar que quando a história minguou e não foi a lugar algum (antes da história vir a público) — a Bené ainda me chamou numa sala que ela tinha no centro do Rio e deu outro Dossiê. Dessa vez contra ACM, mas que envolveria FHC — pedindo-me que ajudasse o Lula pelo amor de Deus; e sugerindo que dada a minha amizade com o senhor Domingos Alzugaray, dono da IstoÉ, eu fizesse o material chegar às mãos dele.

 

Hoje, quando li os jornais, sinceramente não tive nem espanto e nem dúvidas acerca de nada. Por experiência própria eu sei que eles podem proceder assim, tão somente tenham a chance.

 

Aliás, as questões propostas como defesa pelos líderes do PT são a própria confirmação de minha tese: “De que tal dossiê nos ajudaria se estamos na frente para Presidente?”

 

Ora, não estão em São Paulo para governador. E mais: a pergunta-defesa embute o argumento que, em havendo necessidade, tal expediente é algo a ser considerado.

 

Não guardo mágoas e não comemoro este momento em que o PT passa de promotor de justiça a réu. Não celebro nenhum desses escândalos. De fato, fiquei triste; mas já não mais com aquela tristeza dos ingênuos. Não tenho surpresas porque o PT que eu fui conhecendo era capaz disso.

 

Além disso, também não creio em castigo exemplar dos envolvidos em corrupção. Sim, porque existe no inconsciente coletivo brasileiro o seguinte: a impunidade pode até continuar desde que a mídia cumpra o papel de chicoteamento público do indivíduo numa praça. Ou seja: se a mídia pegar o cara, tirar a roupa dele com meticulosidade, descer-lhe o azorrague por dias e dias sem fim, puser as vísceras dele pra fora e mostrar de que material ele é feito, a população dá o juízo como realizado, a impunidade continua, a mídia muda de pauta e a investigação pára. Na hora em que o indivíduo se torna um fantasma, um ser irrecuperável, dá-se a justiça como feita. Assim é o Brasil. E mais: Lula vai ganhar as eleições outra vez.

 

Concluindo digo o seguinte: Se o atual Dossiê tem ou não a participação do PT, não me interessa — embora pareça estar mais que provado. Sei apenas que em 1998 eles foram capazes de se interessar pelo falso Dossiê Cayman; e sobre mim puseram muita pressão; e, por fim, jogaram sobre meus ombros a responsabilidade. E também sei que não houve as chamadas contenções éticas à época alegadas por eles. Eu, todavia, quero distancia de tudo isto. Afinal, tudo o que sei é o que aqui digo; e que é o que sempre disse, embora não me tenham crido.

 

 

Com oração, pena, e pedindo a Deus misericórdia para o nosso país,

 

 

Caio

 

Escrito em 21 de setembro de 2006



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Postado por Francisco Pacheco no | em 11/29/2011 07:15:00 PM

Noticia Folha de São Paulo que envolve o Pastor Caio Fabio.

Antes que todos comecem a tacar pedras novamente, e vocês fiquem sem saber o que se passa, segue a noticia que saiu hoje na Folha de São Paulo e que envolve o Pastor Caio Fabio.

Esse fato aconteceu a 13 anos durante o período de eleição para presidente.

 

O que o Caio já falou e continua falando (isso Ele já me falou olhando nos olhos, e nem precisava disso) é que ele foi usado pelo PT por ter uma liderança religiosa na época muito grande para divulgar esses documentos. Quando ele viu que era mentira ele não divulgou e não tentou repassar a ninguém. Porem a encrenca já estava armada. Como todos sabem, na política brasileira sempre tem que sobrar a buxa para alguém. Neste caso o único que não tinha motivação política era o Caio e a bronca foi colocada no nome Dele. Eu acredito plenamente em sua versão.

Conheço o Caio e conheço um pouquinho da nossa política, como vocês também devem conhecer. Temos muitos exemplos e este é mais um, de que em nossa  política não se tem pudor, vergonha e muito menos preocupação com a vida de ninguém. O que vale é poder e dinheiro e quem conhece a vida do Caio sabe que ele não tem o menor problema com isso.

 

O Caio não deve e nem esta preocupado com isso, mas devemos estar orando pela vida Dele !!

 

Abraço a todos.

 

Wellington,

 

 

 

São Paulo, terça-feira, 29 de novembro de 2011

 

 

 

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Justiça condena pastor por dossiê contra PSDB em 98

Documento sem autenticidade apontava US$ 368 mi em contas de tucanos

Conhecido como 'dossiê Cayman', o caso virou um escândalo eleitoral; único condenado até hoje nega envolvimento

JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DE BRASÍLIA

A Justiça Eleitoral condenou o pastor evangélico Caio Fábio D'Araújo Filho a quatro anos de prisão por seu envolvimento no chamado "dossiê Cayman". O conjunto de papéis comprovadamente falso surgiu como tentativa de incriminar a cúpula do PSDB na campanha de 1998.

Caio Fábio, o único condenado pelo episódio até agora, foi considerado responsável por elaborar e divulgar o dossiê, incorrendo em crime de calúnia, agravado por ter envolvido o então presidente da, Fernando Henrique Cardoso. Ele pode recorrer.

A sentença, da juíza de primeira instância Léa Maria Barreiros Duarte, é baseada em uma investigação da qual participou também o FBI, a polícia federal norte-americana. Ela diz que o pastor preparou os papéis com um grupo de empresários em Miami, com o objetivo de vender a informação a adversários dos tucanos. Ele nega.

O caso, revelado pela Folha há 13 anos, tornou-se um dos maiores escândalos eleitorais do país.

O documento apontava a existência de uma empresa e de contas que seriam controladas por FHC, à época candidato à reeleição, pelo então governador de SP, Mario Covas, que também buscava novo mandato, e pelos tucanos José Serra e Sérgio Motta.

O conjunto de papéis mostrava depósitos de US$ 368 milhões nas contas. O dinheiro teria sido resultado de propina após a privatização do setor de telecomunicações.

Os depoimentos que integram o inquérito detalham como cópias do dossiê circularam entre adversários do PSDB como José Dirceu, Paulo Maluf, Ciro Gomes, Marta Suplicy, Leonel Brizola e Benedita da Silva, além do advogado e ex-ministro da Justiça Marcio Thomaz Bastos.

O inquérito inclui um depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, adversário de FHC na eleição.

Lula confirma ter tido ao menos dois encontros para tratar do assunto, um deles com o pastor e outro com o ex-ministro Luiz Gushiken.

O ex-presidente, ao tomar conhecimento do caso, pediu a Thomaz Bastos, então advogado da campanha, que checasse os documentos, segundo a investigação. Como seriam falsos, o PT não teve interesse na história.

Em um outro momento do inquérito, Lula revela que a hoje senadora Marta Suplicy (PT-SP) disse ter sido procurada por duas filhas e uma nora do hoje deputado Maluf. Elas teriam pedido que o PT desse vazão aos papéis.

Maluf afirmou no inquérito que só soube do dossiê pela imprensa e que jamais autorizou seus familiares a procurarem Marta.

OUTRO LADO

O pastor nega participação na elaboração e na divulgação do dossiê. "Tenho a consciência absolutamente tranquila. Não estou nem um pouco preocupado com isso."

Ele afirmou que os papéis apenas passaram por suas mãos. "Nunca vou mudar minha versão. Não tenho nada mais a falar do caso."

Seu advogado, Edi Varela, disse que entrou com recurso e nega crime eleitoral. "Esse assunto só surgiu depois das eleições, não entrou na campanha, ninguém usou."

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Amigos, segue parte de um texto do Pastor Labieno.

Qualquer semelhança não é coincidência. É apenas mais um que consegue entender o Evangelho de Jesus Cristo e tem coragem de pregar e viver esta verdade.

 

Graças a Deus pela vida do Labieno, do Caio Fabio, do Antonio Barro, e tantos outros que tem essa coragem.

 

E Nós ?? Nós também estamos nesta, e Graças a Deus !!!!

 

Abraços a todos.

 

Obrigado Jonatas pelo texto. Vou ler tudo e depois falamos.

 

Wellington Vanzo.

 

 

 

 

Texto escrito por: Labieno Moura Palmeira Filho

 

 “Tudo era feito no templo, tudo era voltado para o templo. As nações tinham que vir ao

templo, a contribuição, o gazofilácio, tudo e todos tinham que ir ao templo para tudo.

Então a força era centrípeta, de fora para dentro, centralizada. Durante todo o antigo

testamento foi assim. Trazei o dízimo a casa do tesouro. Adoração só no templo, sacrifício só no

templo,

Ai vem Jesus tira essa ideia e faz o contrário. Todo o novo testamento, todo o ensino

de Cristo é centrífugo, de dentro para fora. Jesus acaba com esta ideia de templo e diz que tudo

tem que acontecer pra fora. Israel tem que ir aos quatro cantos da terra. Por isso o templo foi

destruído. Acabou. A mulher pergunta: onde adorar?

Onde adorar, no monte gerizim? ou em Jerusalém? Jesus diz: nenhum desses dois.

Acabou. Tem que ser em Espírito e em Verdade . Cadê o gazofilácio? Acabou. Não tem mais

Isso.

Aonde for, levar as suas contribuições conforme as necessidades do reino. Onde

você está exercendo o seu domínio, onde você está reinando, regendo. Se você está reinando e

regendo ali, é ali que você precisa dos recursos, das necessidades supridas.

A liberdade que Cristo trouxe é fato, é verdade. Agora é espalhar, é ir para as nações.

Não tem gazofilácio, não tem templo não.

Tem igreja que dá liberdade para adorar mas não dá liberdade para se contribuir e

liberdade de cada cristão administrar sua contribuição. Liberdade cerceada!

O evangelho é centrípeto em Cristo, mas centrífugo na missão, na sua prática, no

reino. Tudo converge para Cristo. A nossa vida é centrípeta em Cristo, mas é centrífuga na

missão, na expansão do reino.

A ideia de contribuição precisa ser revista. Precisamos voltar a entender e a viver o

reino.

Resumindo: a nossa vida deve ser para fora, porém com Cristo no centro.

As nossas relações, a nossa vida, os nossos investimentos são para fora, não está

amarrado a um templo e ao gazofilácio. Os investimentos são para o mundo. Olhando para Cristo

e aplicando, investindo no reino. Contribuindo conforme as necessidades do reino.

Estamos presenciando duas situações: valores do mundo e valores do reino de

Deus. E a igreja de hoje está muito mais ligada, lincada aos valores do mundo. Os valores do

reino assustam a igreja. Deixa a igreja totalmente surtada. Se a igreja hoje quiser voltar aos

valores do reino, praticar o reino, ela vai arrebentar, vai chocar. Se hoje temos quase 40 milhões

de evangélicos no Brasil, se voltar os valores do reino é capaz de cair para 500 mil, e olha lá se o

número não estiver alto demais. Muda completamente.”

 

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Sobre a Ceia do Senhor (Caio Fabio)

Ola amigos.

Ontem tomamos juntos a Ceia do Senhor.

Foi um momento muito bom pra mim e espero de coração que pra você também tenha trazido cura para a alma e o corpo. Eu creio, em nome de Jesus, que no meu caso aconteceu.

 

Abaixo um texto do Pastor Caio Fabio que aborda o tema.

 

Grande abraço a todos e uma ótima semana !!!!

 

Wellington Vanzo.

 

 

 

 

Sobre a Ceia.

 

Tem gente que se não tomar a Ceia sente que o mês não será bom.

Tem gente que se tomar a Ceia num dia em que “não esteja bem”, segundo sua interpretação moral e de justiça própria, poderá morrer... E morre.

Porém, de outro lado, tem gente desejando incluir a Ceia do Senhor no “pacote” de coisas que passaram... 

No Rio, quem começou isso foi o “apóstolo” Miguel Ângelo, e já faz tempo... Na verdade, anos. 

Eu tomarei e distribuirei a Ceia do Senhor “até que Ele venha”, fazendo “sempre” em “memória” Dele. 

E mais: farei sempre como Paulo disse que deveria ser (I e II Coríntios), tanto no significado (I Coríntios 11), quanto no modo (II Coríntios 8-9). 

A Ceia é um dos únicos ritos do Novo Testamento, e foi afirmada por Jesus: “todas as vezes... fazei em memória de mim...”. 

Paulo manda que assim seja até à volta do Senhor. 

Que dúvida ainda pode existir quanto a tomar e ministrar a Ceia ou não nos dias de hoje? 

Ora, quem nunca conheceu a Graça, quando dela ouve falar, corre o risco de, não tendo ciência na Palavra e no Espírito, ir para o pólo oposto. 

Já o Miguel  não o Arcanjo, mas o “apóstolo” — me disse no início da década de 90, em minha sala, que fazia esses exageros (dizer que não precisava mais haver nem batismo e nem a Ceia) “pra chamar atenção. Coisa de marketing, entende?”, indagou ele de mim. 

Eu disse a ele que não entendia, e que fazer marketing com o mandamento é abominação. 

Além disso, a Ceia não apenas deve ser tomada e ministrada, mas também pode ser ministrada por qualquer um. E isso é puro e santo. 

Essa história de que só “pastor ordenado pela igreja” é que pode ministrar a ceia ainda é um remanescente sacerdotal oficial que a Reforma Protestante não aboliu; ao contrário, fortaleceu. 

Reforma... e Ceia.

Discutiram tanto sobre a questão da transubstanciação que não trataram de outra grande perversão: a sacerdotalização da ministração dos chamados “sacramentos”. 

Afirmar e impor que somente os “ordenados” pela “igreja” é que podem ministrar o batismo e a Ceia é pecado contra o mandamento da não acepção de pessoas. É o eco de antigos paganismos. É ainda a linhagem do bruxo oficial ou do sacerdote legal prevalecendo entre aqueles que deveriam saber que somos todos um reino de sacerdotes. 

A Ceia deve ser tomada e ministrada por qualquer discípulo ou grupo de discípulos, e sempre que a vontade de adoração e gratidão o determinarem. 

A Ceia não se gasta. Não tem falta de estoque. Não precisa ser nem economizada e nem exagerada. 

Deve ser Eucaristia, ou seja, ação de graças!

A Ceia também não é o rito que sucede o batismo. Ela é, isto sim, o rito de quem crê. Assim, a ordem dos eventos não importa quando a fé já encheu o coração. 

Quem determinou a seqüência — primeiro o batismo e depois a Ceia — foi a religião, e isso como mecanismo de controle do povo pela via da gestão autorizada dos sacramentos. 

Tudo coisa da Máfia da Crença. Sim! Coisa dos Traficantes de Ópio do Povo!

O papel espiritual e psicológico da Ceia é o de elevar a gratidão por Deus em Cristo. 

A Ceia não é a Arca da Aliança, na qual somente os “santificados pelo sacerdócio” poderiam tocar sem morrer — conforme acontece na forma de crença mesmo entre os Reformados. 

A Ceia do Senhor é o signo presente da Ceia daquele senhor das parábolas de Jesus. Primeiro foram convidados os que se diziam amigos. Mas como eles não vieram, mesmo sendo “judeus”, então o convite se estendeu a nós, os mancos, coxos, cegos, maltrapilhos, mendigos, doentes, aflitos, perdidos na noite e nos becos do medo e da solidão. 

Hoje, como os “cristãos” viraram “judeus” na arrogância da religião, então aquele senhor está mandando chamar outro povo, que a “ele” atenderá com alegria e gratidão e virá feliz para a sua Ceia.

A vestimenta para a Ceia do Senhor  que é a vida e não apenas o rito  é aquela que Ele mesmo concede e manda que nos seja disponibilizada para que a vistamos. 

É a única veste que nos veste para a Ceia!

A justiça própria, a moral, o virtuosismo das aparências, a integridade, a seriedade, as formalidades, as reverências externas, e todos os gestos sagrados não nos habilitam para fazermos parte, vestidos ou nus, da Ceia do Senhor. 

Tomar e comer a Ceia em pecado é tomar e comer com arrogância de justiça própria, com superioridade, com a certeza de ser adequado para aquela hora e papel. Ou seja, com vestes próprias. 

Ninguém que tome e coma, tendo um coração quebrantado, grato, arrependido, consciente da Graça e a ela ligado em fé no amor de Deus, jamais tomará a Ceia em pecado. Pois quando o coração está assim, o sangue de Jesus, o Filho de Deus, que é o Cordeiro Eterno, nos purifica Hoje de todo pecado; Sempre! 

Ele Tira o pecado do mundo. É sempre ato contínuo... 

Tomar a Ceia em pecado é tomá-la sem consciência de gratidão quando já se tem a informação e já se disse que nela se crê. 

Bêbados da rua não pecam quando tomam do pão e do vinho. Mas sacerdotes distraídos, indiferentes, hipócritas, mecânicos, ritualistas e ingratos, esses pecam sempre que realizam a Ceia “para os outros” fazendo-o como se fossem autômatos de Deus.

A Ceia também deve suscitar em nós espírito de acolhimento fraterno, deve nos fazer exercitar a generosidade, deve nos estimular a compartilhar com o próximo o nosso pão e o nosso vinho. Pois na igreja do Caminho, todos traziam de casa e a mesa era comum. Quem tinha mais, mais trazia. Quem tinha menos, menos trazia. E quem não tinha nada, trazia a si mesmo, e os demais o serviam em amor. Assim era. Assim deveria ser. Assim pode ser no espírito e no entendimento.

Teria muito a falar. Mas este é um texto em um site, e não um livro.

Entretanto, pense e pratique, pois sei que o que está acima é Evangelho de Jesus.


NEle, que se deu como pão e vinho, em carne e sangue, e que pela Palavra nos serve de Seu Pão e de Seu Vinho,



Caio

 

 

 

domingo, 27 de novembro de 2011

ODIANDO O MUNDO E AMANDO A TERRA! - Caio

ODIANDO O MUNDO E AMANDO A TERRA! — Caio

  

Sigo Jesus pelas mesmas razões de Pedro: “Só tu tens as Palavras da vida eterna”!

Sigo Jesus pelas mesmas razões de Paulo: “Cristo em nós é a Esperança da Glória”! E também “porque se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens”!

Sigo Jesus pelas mesmas razões de João: “Deus é amor”... e quem ama conhece a Deus e já tem a vida eterna presente em si mesmo...!

Sigo Jesus pelas mesmas razões que Jesus me disse para segui-Lo: “Aquele que me ama, esse tem os meus mandamentos e os guarda, e meu Pai o amará, e eu me manifestarei a ele”.

Não sigo a Jesus para reinar em vida [entenda-se “reino” por conquista], mas para servir em vida[para Jesus o “reinar em vida” é provar os “poderes do mundo vindouro” no tempo/espaço]; e isto apenas para servir os filhos e príncipes desfigurados do reino de Deus [ou dos céus] nesta dimensão...

Não sigo a Jesus para me mostrar diferente dos homens, mas sim para entre os homens tornar-me um dos mais humanos...

Não sigo a Jesus para mudar o mundo, mas sim para odiar o mundo amando indivíduos...

Não sigo a Jesus para mudar a História, mas para ter a minha vida mudada na História do meu coração... — minha única chance de mudar a História!...

Não sigo a Jesus em razão do céu e nem do inferno, mas sim em razão dos Seu Fascínio Divino/Louco/Absoluto/Absorvente/Delirante/Lucido/Vitorioso/Supra-Mortal/Eterno... — em mim!

Não sigo a Jesus olhando para o Mundo!

Não! Sigo-o olhando a Eternidade, sem fuga e sem escapismos, porém, sem a ilusão de que minha Pátria esteja em qualquer lugar que não seja o céu; e, além disso, vejo-me no Mundo como um transeunte apressado e feliz; não carregando comigo nada além do bordão, das sandálias, e do poder de levar paz, de curar, de expulsar demônios, de levantar mortos..., sim, enquanto os leprosos são purificados!

Entretanto, essa não esperança mundana..., nada rouba de mim!

Paulo sentia e confessava assim... No entanto, ninguém pisou mais o chão da realidade do que ele; sem evasões da existência!

Na realidade, até hoje, entre todos os que tentaram — apesar da “perversão” de Sua mensagem pela “igreja” — ninguém mexeu mais no mundo do que Jesus!

Ele mexeu no mundo justamente porque ficou de fora de suas engrenagens!...

A “Igreja”, todavia, não mudou o Mundo por não amar os humanos; antes amar os Poderes do seu Príncipe!...

Para poder ser sal da Terra, dos homens, da vida, da existência — tem-se que, paradoxalmente, ser Luz do Mundo.

O Mundo é uma categoria em trevas e sem sabor! Jaz no Maligno!...

A Terra, porém, tem esperança...; pode gostar do gosto do amor... O Mundo, porém, não vive de esperança, mas apenas de poder e volúpia.

A Terra espera e geme por Redenção!

O Mundo mata por Poder e Controle!

Por isto, a fim de ser Luz no Mundo, tenho que me diferenciar dele por completo...

Já para ser Sal da Terra [...] tenho que mergulhar no Planeta dos Homens e da criação...

Todavia, para que minha Luz brilhe no Mundo, tenho que me diferenciar dele, enquanto me identifico com a Terra segundo Jesus!

A Terra é boa, tendo sido amaldiçoada por causa do Mundo!

O Mundo é o homem; a humanidade arrogante...

Terra é vida, é criação, é ambiente jardim...

O problema da Terra é o mundo!

Nunca desistirei da Terra e dos humanos que amam a vida; mas não tenho nenhuma energia para alimentar o Mundo!...

Com o Mundo estou em guerra...

Com a Terra estou trabalhando na culinária da vida, com o Sal do Céu!

No Mundo minha existência é embate da Luz com as Trevas!

Na Terra é a missão de restaurar o sabor!

Mas para isso é preciso que haja Luz em mim, no meu olhar, no meu interpretar em amor. Minha guerra de Luz contra o mundo é praticada com as armas do Amor. Luz e Amor são a mesma coisa segundo João, na 1ª Epístola.

Já a minha relação com a Terra é de muita delicadeza, como a de uma cozinheira preparando um banquete; sobretudo temperando tudo com Sal-amor!

O Mundo tem que acabar para que surja o Novo Céu e a Nova Noiva Terra!

Eu, todavia, quero ser encontrado lutando por homens, pela verdade que une, pela justiça de Deus, pela criação, pelo Templo da Terra de Deus!

Assim, sou inimigo do Mundo por amor a Deus e aos homens que no mundo amam a vida; e sou amigo da Terra por amor a Quem a criou para a vida, incluindo a vida dos humanos!

O Mundo está perdido juntamente com seu Príncipe!

A Terra, porém, está Grávida Daquele que haverá de reger as nações com o cetro de Sua boca!  (AMEM, AMEM e AMEM !!!!!!!)

Quem ama a Terra ama os homens e toda criação!...

Quem ama o mundo ama os Poderes do Príncipe das Trevas!

Decida de uma vez por todas quais são os seus amores!

Mas lembre: “Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele”.

Algo mais a inventar?...

Ora, chega!

 

Nele, que venceu o mundo,

 

Caio