segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

SOS Religar: Um convite a irrigar o coração- Por Tato EGG



"Miséria é miséria em qualquer canto
Fracos, doentes, aflitos, carentes
Riquezas são diferentes
O Sol não causa mais espanto
Miséria é miséria em qualquer canto".


Nos poucos dias que passei com o Rômulo, cabra valente e de coração gigante (que permaneceu mais uma semana depois que voltei) no alto sertão do Pajeú, o que vimos foi o que se vê em tantos outros lugares: desigualdade.
Num dos lugares mais acolhedores que já visitei, de povo simpático e sorridente, vimos gente rica que tranca seu poço pra não dividir a água, obrigando o extremamente pobre a se arrebentar todo pra juntar um dinheiro, perfurar outro e dividir com toda a vizinhança. Vimos obras que beneficiaríam milhares de famílias, paradas  a décadas por conta da burocracia e corrupção. Vimos áreas - onde anos atrás os pequenos agricultores e criadores de gado cultivavam uma das únicas plantas forrageiras capazes de suportar as longas estiagens - vazias e improdutivas, por conta de uma praga que foi trazida, dizem os moradores, por um órgão do governo e acabou dizimando todas as plantações da região, condenando os pequenos rebanhos à desnutrição e morte.







Nas casinhas mais simples, nas famílias mais maltratadas pela miséria, nos ofereciam o quase nada que tinham. Cajueiros que garantiam a renda de várias famílias, ano passado produziram quase nada e esse ano morreram. Quantos anos serão necessários para que os novos pés que serão plantados quando a chuva vier comecem a produzir?
"O sertanejo é meio burro", me disse seu João. "Quando vê os bicho morrendo a gente decide nunca mais criar nada por aqui. Mas aí cai uma chuvinha e a gente corre comprar umas vaquinha". É assim. Esperança...
Barragens e rios completamente secos, gado morto, lavouras dizimadas e famílias sobrevivendo com R$ 280,00 por mês. Sim, duzentos e oitenta reais por mês para sustentar a família!!!
O Pedro Petrônio, nosso guia por lá nos contou que naquela região, quem ganha salário mínimo anda de peito estufado, feliz da vida. "Salário mínimo aqui é status"!




Na cidade, quando explicávamos que a SOS Religar é uma agência de voluntários, basicamente um grupo de amigos sem vínculo com partido político, igreja ou empresas, ninguém entendia. "Como assim"?
É assim, explicávamos de novo. O Fernando viu a necessidade, fez uma convocação e quem pode e quer, ajuda com o que tem e convoca outros para ajudar também.
"Não estou entendendo. Isso está simples demais", ouvimos como resposta. O simples não cabe mais nas nossas cabeças complicadas e individualistas.

Furar um poço na região custa em média R$ 3.000,00. Fortuna incalculável para quem vive com trezentão, mixaria para muitos empresários e para muuuuita gente. Desigualdade...
Muita coisa pode ser feita, além de lamentar a seca e maldizer a morosidade e corrupção de quem não faz o que foi eleito pra fazer. Oficinas de capacitação, perfuração de poços, doação de material para irrigação, assistência médica, odontológica, jurídica, distribuição emergencial de alimento, promoção do encontro entre quem precisa receber e quem tem para fornecer.
A rede de amigos está tecendo suas teias, como disse a Eveline. O sertão de Pernambuco agora é nosso, como disse o Fernando. Ôxi, que bão que ocês vinheram, como nos disseram vários sertanejos.
Não temos como fazer chover, nem como resolver definitivamente os problemas de ninguém, mas temos como ajudar muito. Podemos minimizar o sofrimento de muuuuita gente.


A esperança agora é que muitos se únam!
Está só começando!!!!








Tato.
01/02/2013







  


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