quarta-feira, 13 de novembro de 2013

A VITÓRIA DO AMOR!


– Uncle, carry me?!
Soou um misto de pedido e ordem.
Foi a primeira vez que ela pediu para depois pedir sempre.
Essa menininha-bruxinha, a coisa mais linda do mundo, que chegou aqui parecendo que não sobreviveria nem uma semana, achada abandonada no mato, depois de maus-tratos, com sarna, cheia de picadas de insetos e desnutrida, com medo, com sede, sem sorriso, sem paz, faminta de pão, de cores, de afeto, de cuidado, de amor, vence tudo e nos olha com os olhos grandes que tem e um sorriso cheio de alegria, como se nos quisesse dizer: Meu nome é Victória, não se esqueça disso.
Victória, que assim se chama por que mesmo que por um instante, foi o que sentiram acerca dela os que a batizaram, não se deixou derrotar pelo abandono, pelo medo, pela fome, pelo perigo de ser criança nesse pedaço de mundo, mas vence a vida atribulada com muita coragem.
Essa menininha que não sabe os anos que tem, de voz grave, bravinha e sorridente, pedindo colo e abraço amolece meu coração toda vez que sorri pra mim.
Eu amo a Victória, assim como amo toda a molecada aqui, mas ela e seu jeitinho especial me fizeram um bem à vida. Ela me salva em cada abraço. Me dá gás em cada sorriso. Ela me inspira em cada olhar, a continuar acreditando, que no final da história, qualquer que tenha sido a história, o Amor ainda vence.
 
 
Gito Wendel
08 de Novembro de 2013 | Esit-Eket, Akwa Ibom, Nigeria
 

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